quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Decidir é coisa (de juiz) séria

Olá, leitores. Sou Gabriela Veloso, tenho 11 anos, faço o 8º ano na escola Disneylândia e gosto muito de estudar. Uma das pessoas que me incentivou a participar do Repórter Criança foi a Eliene Rodrigues, minha coordenadora e também a minha professora de Português, a Leila. Mas quem realmente me deu aquela força foi a minha mãe, a dona Lúcia. Eu moro com ela e um dos meus irmãos na Folha 17. No meu tempo livre gosto de assistir filmes e de ler, mas também gosto de fazer educação física.
Eu entrevistei um juiz. O nome dele é Eduardo Rodrigues de Mendonça Freire, que é responsável pela 6ª Vara, que é a da Infância e Juventude. A nossa conversa foi no Fórum de Marabá, e a minha primeira pergunta para o doutor Eduardo foi por que ele resolveu ser juiz e ele me falou que desde criança sempre quis ajudar as pessoas e que sendo juiz ele consegue fazer isso.
Ele também disse que apesar dos problemas que enfrenta na profissão, adora ser juiz, e se pudesse escolher a profissão novamente, escolheria de novo ser um juiz.
Eu quis saber qual tinha sido o caso que mais o tinha deixado emocionado, e ele me respondeu que entre muitas coisas bonitas e feias que já viu, o caso de uma menina que foi violentada pelo próprio pai o deixou muito chocado, principalmente porque o pai da menina tinha AIDS e ela terminou sendo contaminada.
Tive a curiosidade de perguntar se ele já tinha se arrependido de algum julgamento que fez e sua resposta foi que não, pois ele sempre julgou com muita certeza e segurança. Perguntei então ao doutor Eduardo qual a situação das crianças abandonadas de Marabá. Ele me explicou que é muito complicado, mas que não depende só dele, mas do poder público, principalmente do Executivo, que são os responsáveis por liberar o dinheiro para a construção de casas de passagem e abrigos.
Ele disse ainda que a 6ª Vara tem trabalhado com o objetivo de que o maior número de crianças possa ser adotado e espera que em pouco tempo isso se torne uma realidade.
Por fim, eu quis saber se ele já tinha pensado em criar alguma medida que estabelecesse um horário para crianças e adolescentes ficarem nas ruas, e ele disse sim, mas que isso não pode ser iniciado agora. Ele me contou que na maioria das vezes são os pais que se esquecem da educação dos filhos, deixando eles correrem vários ricos, mas que quando a família falha, cabe ao Estado substituir e tentar resolver esses problemas.
No final da nossa visita ele me perguntou se eu já sabia o que queria ser, me aconselhou a fazer o curso de Direito e me tornar uma juíza. Eu agradeci, mas ainda não decidi o que vou fazer. Eu gostei bastante da minha entrevista e achei o doutor Eduardo muito simpático e atencioso. Quem sabe um dia nos encontremos por aí, numa sala de audiência.


Gabriela Veloso
Especial para o CT

Nenhum comentário:

Postar um comentário